quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

LETRAS DE MÚSICAS

Pedro Holanda
Eu sempre tive curiosidade de saber como e porque os caras escreveram e escrevem determinadas letras, principalmente as daquelas marcantes. As rosas não falam, do mestre Cartola, dizem que, estando ele na espreguiçadeira, sua mulher regando as plantas do jardim, chegou na roseira, que estava repleta de rosas, um colírio só... virou-se e perguntou: Meu velho, por que as rosas não falam? E ele não se fez de rogado. Tacou, com o romantismo que lhe era peculiar ´´ Não falam porque simplesmente exalam o perfume que roubam de ti.´´.
Existem outras pérolas, tem Caetano com Sampa; Leãozinho; Cajuína, a propósito, esta foi escrita em homenagem a Torquato Neto, piauiense, poeta, jornalista, mandou-se para Salvador e fez parte da tropicália. Uma vez no Rio de Janeiro, era editor de um grande jornal e no dia do seu aniversário, comemorou com os amigos e chegando a casa, fechou tudo, abriu o gás e se matou, deixando um bilhete ´´ Pra mim, chega´´ e o encarregado de dar a notícia aos seus pais foi Caetano, que viajou à Teresina, para fazê-la. Viver. A que será que se destina...
Lendo um artigo do mestre Leonardo Dantas, no nosso Jornal do Commércio, ele discorre sobre o primeiro trio elétrico lá de Salvador, e lá ele cita uma música de Morais Moreira – O mais pernambucano dos baianos, ou o mais baiano dos pernambucanos - e a letra da música diz: Varre, varre, varre Vassourinhas. Varreu um dia as ruas da Bahia. Frevo, chuva de frevo e sombrinhas. Metais em brasa, brasa, brasa que ardia. Isto se deu por conta de uma excursão do clube Vassourinhas, nos anos 50, ao Rio de Janeiro e que deu uma parada em Salvador, e incendiou o povo baiano em sua única apresentação.
Eis a íntegra da letra VASSOURINHA ELÉTRICA
Varre, varre, varre vasourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Frevo, chuva de frevo e sombrinhas
Metais em brasa, brasa, brasa que ardia
Varre, varre, varre vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Abriu alas e caminhos pra depois passar
O trio de Armandinho, Dodô e Osmar
E o frevo que é pernambucano, ui, ui, ui, ui
Sofreu ao chegar na Bahia, ai, ai, ai, ai
Um toque, um sotaque baiano, ui, ui, ui, ui
Pintou uma nova energia, ai, ai, ai, ai
Desde o tempo da velha fubica, hahahahaha...
Parado é que ninguem mais fica
É o frevo, é o trio, é o povo
É o povo, é o frevo, é o trio
Sempre junto fazendo o mais novo
Carnaval do Brasil

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