quarta-feira, 7 de novembro de 2007

CAUSOS E COISAS

COISAS DO RECIFE


Conversando com alguns amigos, falando sobre coisas que presenciamos e por outras ouvimos dizer, saiu algumas pérolas do cotidiano, das noitadas, das presepadas e alguns fatos inusitados.
Em 1998, estava no mercado de Boa Viagem, comprando carne, esperando que o açougueiro retirasse as pelancas, deixando-a pronta, que era para não dar trabalho a mulher, quando de repente ouvi o açougueiro dizer: Como vai seu João?... Voltei-me e deparei-me com um galego vermelho dos olhos grandes, maior ainda pelo aumento das lentes dos óculos, confesso que me arrepiei... Não é possível... Esse cara é meu padrinho de crisma... só podia... Daí perguntei: O seu nome é João Scavuzzi? Ao que ele confirmou. Então eu disse, sua benção, ele me olhou, ficou pensativo e disse Deus te abençoe, mas, quem é você?... respondi, sou Pedro Paulo, filho de Antonio Tavares... ele quase caiu, segurou-se no balcão e pôs-se a chorar. Pra variar, eu também. Passado o susto, conversamos, e, como antes estávamos falando sobre futebol, ele disse: seu pai era um grande tricolor, você sabia que quando da disputa da final do primeiro super-campeonato do Santa Cruz, ele forçou a barra para que viéssemos de Tamandaré para assistir ao jogo? Foi uma verdadeira odisséia, saímos na madrugada chegamos por volta de meio-dia, fomos ao estádio e vimos o nosso tricolor sagrar-se campeão, eu jamais me esqueci.
Outro dia, conversando, surgiu histórias antigas, passadas no Recife, rapaz, tem uma que algumas pessoas conhecem, inclusive, Gustavo Krause, relembrou em um artigo no Jornal do Commércio, que fala do folclórico Lolita, (Dizem até que ainda é vivo e mora no Rio). Bom, desafiando a polícia, no que era contumaz, foi porrada até umas horas... não agüentando mais, vez que já tinha detonado uns três camburões, veio aquele caminhão ´´espinha-de-peixe, lotado... Vendo-se perdido, apelou. Com à Marquez de Olinda, repleta... Olhou para a figura do comandante da operação, um sargento gordo e feioso, e soltou... ´´´Bate... bate neste corpo que um dia foi teu!!!. Não precisa dizer o resto.
Aí surgem mil e uma... Mas dentre tantas, esta merece registro e um registro todo especial, pois trata-se de dois pernambucanos de primeira, (Como se todos não o fossem). Vamos lá... Na época, os jornais, eram estampados em chumbo, e demorava muito para ser finalizado e impresso. Enquanto isso os redatores, revisores, para não perder tempo iam para o boteco tomar uma e numa dessas, estavam Austro Costa; Ascenso Ferreira, entre outros, e o velho Marrocos, (Este chefe das oficinas, citado para crédito da historia relatada por seu filho Artur, meu amigo) Bom lá pras tantas, Ascenso, irreverente que só ele, pega um guardanapo e escreve: EPITÁFIO – AQUI JAZ O AUSTRO COSTA, POETA SEM SEGUNDO. MORREU ATOLADO NA BOSTA, NA MAIOR BOSTA DO MUNDO. Gréia geral!!! Depois de uns tragos, Austro, que havia acusado o golpe, mas não perdeu a compostura, pega o guardanapo, e no verso, rebate. NA MAIOR BOSTA DO MUNDO, NÃO MORRI. FIQUEI SUSPENSO, POIS ANTES DE CAIR, ME AGARREI NOS CHIFRES DE ASCENSO.
É isso, depois eu conto outras.

2 comentários:

Emanuel Petrúcio disse...

Bom dia,gostaria que fossem postados novos causos, pois são de extrema qualidade e irreverência, parabéns.

Mané da Vazante

guilherme disse...

Em alguns teremos um bom livro pernambuco na prateleiras das livrarias para lermos e darmos boas risadas.
Parabens!!!

Você voltou a encontrar sue padrinho?