segunda-feira, 12 de novembro de 2007

MAIS COISAS

Pedro Holanda


Eu falei que contava mais... Então lá vai. Lá pelo meio da década de 60, claro que do século passado, (Óia) uma das ações remanescentes do governo Jango, que os milicos abraçaram, foi o plano de reclassificação dos funcionários públicos e uma coisa que não sei por que os caras diziam vou lá na repartição, será que é por isso que eles, em minoria, que é pros cabras não ficarem brabos comigo, gostam tanto de um toquinho?. Bom deixa para lá... Mas uma das premissas para galgar um nível mais elevado, era fundamental que o servidor fosse alfabetizado. Daí, o caso que passo a relatar. Tinha um motorista no Colégio Agrícola dos Barreiros, por nome de Zé Birro (Só era bastante trocar uma letra) analfabeto de pai e mãe, coitado, e a mulher dele, Dona Nancy, era professora. Então pegando a deixa, ela começou a alfabetizar Zé Birro, e era naquele livrinho que tinha a figura com as silabas bem separadinhas assim: BU – LE - BULE e a figura ao lado, era infalível, o cara soletrava bê-u-bu - lê-é-lé, olhava a figura e dizia cheio de vida: BULE... Muito bem Zé, encorajava a coitada. Depois vem ele, bê-ó-bó – ene-é-né, olha a figura e tasca, cheio de propriedade, GÔRRO, acertei, nega?,,,

Já que estamos no passado, vamos à outra. Não era só no interior que os caras se juntavam para beber o defunto no velório, aqui em Recife também. Existia um cara que perambulava pela Avenida Guararapes e adjacências, desses dito Fanhoso e era daqueles que não perdia um velório no Amaro Boca Larga (Como era chamado o Cemitério de Santo Amaro), só por causa da cachaça. Certo dia morreu um conhecido dele, e lá estava o fonfom e tome cachaça, tome piada, tome cachaça, tome piada... O defunto só foi enterrado perto das 6 da noite, e continuaram na cachaça... Fonfom, já bicado, estava que não se agüentava em pé... Deu uma saidinha pra mijar, encostou-se numa catacumba e adormeceu. Pela madrugada, dia raiando, o peste acorda-se e se pergunta: Que porra é essa?... Vai se dirigindo para o portão, e encontra-o fechado e não podendo sair, fica na espreita a espera de um vivente passar, pouco tempo depois lá vem o gaita da padaria com um balaio na cabeça, aí fonfom pergunta: Quim omras sam?... Meu irmão, até hoje o gaita corre!!!

Em Moreno tinha um velho, desses ignorantes que fazia dó. Certa vez, vindo da feira, no seu velho e bom Jipe, desce pela rua principal num embalo só. Já no fim da rua existe uma entrada à direita que vai pra maternidade, (Inclusive a galera tira onda com os machos de Moreno, dizendo que homem de Moreno, quando adoece vai para a maternidade) Bom, lá vinha o velho quando de repente pisa no freio e quando ia entrar, um desavisado acerta-o na traseira... O cara desce virado, e xinga de tudo o quanto é possível, e diz como é que o senhor faz uma manobra dessas?... Então o velho sai com esta: ´´Peraí minino, fai mai de quarenta anu que moro aqui em Moreno e todo mundo sabe que eu moro nessa rua!!!.
É isso.

Um comentário:

Emanuel Petrúcio disse...

Peraí minino, essa é boa, e agora quando eu não tiver mais o que fazer vou procurar o gaita, coitado... e sem falar boné soletrado.. que onda.